18.10.11

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The most radical revolutionary will become a conservative the day after the revolution

Hannah Arendt

e é por isto que, apesar do aspecto romântico da coisa, não tenho grande fé em revoluções. na evolução sim, deposito toda a esperança. mas isso é outra coisa - é mais difícil e mais exigente. exige responsabilidade, integridade, transparência, respeito e ética. dito isto, tirando algumas palavras de ordem absurdas, alguns cartazes tontos e algumas reivindicações e/ou queixas ridículas, no dia 15 de outubro vi essencialmente diferentes sectores da sociedade civil unidos com um objectivo comum - a demonstrar os seus receios e, timidamente, a exercer o seu poder.

e vi muita gente descomprometida. à esquerda. e à direita. talvez estejamos no bom caminho. mas a corrida ainda mal começou. e todos deveríamos parar e dizer em conjunto - falhamos redondamente no nosso papel de cuidar de nós próprios, do país e do mundo. portanto, que não se faça a revolução. que se evolua. é esse o caminho. no entanto, temos de ser claros a perceber que, de uma forma ou de outra, o caminho vai ser penoso - desde há muito que nada está verdadeiramente na nossa disponibilidade. é que a mão invisível existe mesmo. e é filha da puta. é ela que tem de ser amputada.

3 comentários:

miguel disse...

e eis que me deparo com o melhor manifesto destes dias ao voltar ao unico blog onde já comentei (então com iniciais). falta-nos esse começo: saber admitir o falhanço individual e social. partir daí, evoluindo, cuidar do muito que de bem se fez e expurgando males e erros crassos que nos trouxeram a este Estado que taxa a sopa que comemos no intervalo do almoço com os mesmos 23% dos bens de luxo. há muito que deixamos de decidir ou até legislar partindo do problema para a solução mais justa, segundo critérios simples e quase de deireito natural. no dia em que recuperarmos esse bom senso podemos partir e travar a filha da puta que já não é só uma mão. são mãos e braços e pés que pisam e não olham onde. à autora, como sempre, os meus parabéns pela inspiração e sensibilidade nos textos e imagens, todos intimos, todos à flor da pele.

x disse...

a autora fica assim um bocadinho sem jeito com estes comentários. obrigada! :)

x disse...

és aquele que assinava jmp?? se sim, ainda bem que voltaste! :))