15.2.12

o dia 14 de fevereiro não me é absolutamente nada.
já o dia 15 põe-me de cabelos em pé.
puta que pariu o iva!
e é isto...

6 comentários:

João L. disse...

Francamente…

Como é que X não fica eufórica só de pensar que a 14 de Fevereiro de 1014 o papa Gregório VII excomungou Herique IV? Para não falar do 14/2 de 1989, dia em que Mike Tyson se divorciou da actriz Robin Givens (dizem as más-línguas que tinham desavenças graves quanto à cor e tamanho do papel higiénico; com as luvas de boxe calçadas o Mike não se ajeitava com aqueles rolos pequeninos às flores de que ela tanto gostava) ou mesmo do 12/2 de 1961, quando o Laurêncio (elemento 103 da tabela peródica) foi anunciado ao mundo acabado de nascer na Universidade de Berkeley na California.

Mas podia ser pior: X podia ser indiferente ao 22 de Março.

x disse...

hehehehehehehe

no meu tempo, e se não me engano, o 21 de março era o dia da árvore! agora o 22 não estou bem a ver...

João L. disse...

Ora X, no dia 22 de Março de 391 AC Hypathia cruzou as colunas da Biblioteca de Alexandria num passo agitado. Apesar do murmúrio da multidão a surpresa da noite anterior ainda bailava no seu espírito. Sim, só podia ser isso: a órbita da Lua era elíptica e não circular. Ah, isso explicava tudo. O sol de frente, no entanto, afugentou-lhe a vertigem que sentia e obrigou-a a focar o olhar em frente, na turba. Herege ! Morte!. Não percebia os gritos da multidão, dos cristãos. Depois, mal se lembra das pedras e das chamas.

Se não foi a 22 de Março isso é irrelevante. E, além disso, quem se importa que eu reescreva a história?

x disse...

hehehehehe

já alguém te disse que também te podias dedicar às letras?

Vegan Wolf disse...

x, se não estou enganado, "Agora", o filme, toca de leve na história da Hypathia. já com datas, eu sempre fui uma bela porcaria. =)

João L. disse...

Sou um chato mas esta vale a pena:


A 17 de Fevereiro de 1600 Giordano Bruno (monge) era queimado vivo no Campo de Fiori em Roma. Tinha tido a ousadia de pensar na possibilidade de um Universo infinito.

Esta ideia de indefinição e infinito introduziu uma revolução extraordinária no espírito humano; da concepção finita, ordenada e hierarquizada do mundo (em que cada um tratava da vidinha pré-determinada sob um comando divino omnipresente e omnisciente – um pouco como em Portugal 512 anos após 1600) até ao conceito de “infinito”, de desconhecido, de um Universo regido por leis naturais. Há quem diga que esta transição foi talvez a maior revolução do espírito humano e eu tendo a concordar com isso.

A Gradiva tem um livro de Alexandre Koyre com o título “do Mundo fechado ao Universo infinito” que desenvolve esta ideia e identifica Giordano Bruno como o pioneiro na sua formulação.

A primeira vez que fui a Roma corri para o Campo de Fiori. À volta da estátua de Giordano Bruno no centro da praça de Fiori havia um delicioso mercado de frutas e hortaliças.