queres antes aprender a voar?
rasguei-te a pele com os dentes, mordi-te coração e cuspi-o, limpei a boca e segui.
4.12.23
31.10.23
19.10.23
19 de outubro. x não fuma desde o dia 28 de agosto. 52 dias, portanto. x não sabe se deixou de fumar para sempre. mas estes 52 dias foram cheios de surpresas. de absoluta calma. e de completo abandono de hábitos e padrões de pensamento antes rotineiros.
x não fuma há 52 dias. e agora que parece que o não fumar se cristalizou, x tem sentido vontade de deixar outros hábitos e mais algumas coisas dispersas que x ainda tem na vida. de mudar tudo o que resta.
na verdade, x não sabe bem se é vontade de mudança que sente. ou se a mudança já a aconteceu e x só agora está a cair em si.
12.10.23
4.7.23
29.6.23
Sigur Rós - Andrá
x foi. x veio. x ainda não acordou. e depois aparece-lhe isto à frente. que explica bastante bem porque é que x fez não sei quantos mil quilómetros para ver algo que muitos poderão considerar fútil. x foi. e teve um momento que não vai esquecer. nunca. e depois aparece-lhe isto à frente. que diz quase tudo o que x sente quando mergulha neste som. x sabia que não estava sozinha nesse sentir. mas agora há mais quem explique como estes sons nos transformam por dentro. e por fora.
21.6.23
Sigur Rós Orchestral Tour @ Odeon of Herodes Atticus
porque a vida é bonita. e mágica. embora muitas vezes pareça ser só uma merda.
porque é tempo de festejar o fim. ou o início.
x vai voltar. algures perto da fonte de quase todos os males, com memórias cravadas em pedras mais ou menos gastas. centro da Europa, há demasiadas luas.
x vai dizer adeus, e libertar coisas que teimaram tolher-lhe o ser durante vidas.
chegou a hora.
see you in Athens!
12.6.23
10.6.23
9.5.23
x, hoje, disse “não”. foi um “não” que já se anunciava há muito, e com o qual x andou a fazer as pazes mais de um ano. x disse “não”, e deixou quatro pessoas hirtas sem saber bem o que lhe responder. x disse “não” para não dizer “foda-se”. isto deve querer dizer que x já é crescida. x saiu da sala da mesma forma que entrou, de cabeça erguida e absolutamente convencida da sua razão. e deixou para trás quatro pessoas hirtas a fazer contas à vida e certamente a pensar na palavra que x substituiu com um simples “não”.
5.5.23
25.4.23
10.4.23
apareceu assim, sem contar, em modo de resposta às ânsias de x por algo que a tirasse do chão. e x teve um daqueles momentos de impulso que já há muito não tinha. e, num sopro, o sangue começou a correr mais vivo nas veias. algures em junho, x vai ser mais feliz do que o costume. até lá vai acabar de recuperar as asas que ficaram cansadas pelo caminho.
10.3.23
28.2.23
x sabe que está num momento particular, em que x irradia uma espécie de luz. e x sabe também que essa luz se expande e chega a sítios meio improváveis. mas o que x não sabia é que alguém que há muito fez parte da sua vida diária, mas com quem nunca teve especial intimidade, hoje havia de contactar x para dizer algo como “estou num momento difícil, tenho de mudar de vida, e a primeira coisa que me lembrei foi pegar num caderno que me ofereceste há muito, para apontar o meu novo destino. porque tu x, és uma fonte de inspiração.” x ficou ali uns segundos pasmada, e depois pensou “não é nada que não estivesses à espera x, prepara-te para o resto que mais virá por ai.”
19.1.23
22.12.22
14.12.22
7.11.22
naqueles dias aborrecidos, em que nada satisfaz, e as pessoas parecem todas cinzentas e sem graça, pôr uns bons fones com isto no volume máximo faz magia. pelo menos no caso de x fez. x passou o fim de semana assim: de calções e top descasados, com o cabelo apanhado em totós rebeldes empinados, descalça, e a saltar pela casa como se o mundo fosse acabar no momento seguinte.
soube bem.
1.11.22
Boggie Belgique - Avenoir
x tem tanto, mas tanto, o que fazer... e a vontade é quase nenhuma. o trabalho vai-se acumulando e tudo fica meio descontrolado. mas x não se tem importado muito porque, desde há dias, que a única vontade que tem é algo como oscilar entre um estado meio sonho e dançar pela casa ao som de coisas bonitas. hoje x está neste tom. tem os olhos muito brilhantes e um sorriso meio estúpido na cara.
28.10.22
depois de meia dúzia de meses estranhos, com ritmos de trabalho em solavancos - ora ia ora vinha -, com um projecto meio doido, e de montar uma equipa a partir de quase nada, com algumas acções engraçadas mas que deram um trabalho desproporcional e que não se vê...
depois da exaustão física e mental, e de x estar em modo bastante zangado com várias coisas, de dois meses e mais qualquer coisa em guerra surda, depois de meter medo a quem interessa com a perspectiva de x mudar de vida de vez, depois de umas semanas de férias para pensar no que podia ser a seguir, depois de um grupo enorme de gente em pânico a ver qual seria o próximo passo, depois de quem interessa dar, mais ou menos, o braço a torcer...
depois de fazer o desapego final de uma série de coisas...
x voltou à vida com um poder acrescido de fazer o que quer, como quer, com quem quer e da forma que quer.
e hoje x tem um projecto novo em mãos que vai obrigar x a aprender uma série de coisas absolutamente novas num país absolutamente desconhecido para x e com uma língua que x não domina de todo. e a esse juntam-se uns quantos mais no pais com que x trabalha há muitos anos e que é a sua segunda casa, onde x tem não só amigos mas pessoas de quem gosta muito, com quem se ri todos os dias e que todos os dias ensinam a x que o mundo é, afinal, pequeno.
depois de semanas de encontros e desencontros, de conversas difíceis, pessoas de antes a aparecer vindas não se sabe bem de onde e, sobretudo, uma pessoa de há tanto tempo e que durante tanto tempo se manteve em silêncio ter voltado a procurar x e passar a ligar-lhe todas as semanas quase so para ouvir a voz calma de x a dizer que “vai correr tudo bem”...
depois de pessoas novas que são hoje pessoas que importam muito a x provarem que x, apesar de anti-social, tem algum jeito para escolher companhias...
depois de noites sem dormir, e de noites dormentes com sonhos cheios de imagens confusas que so ficavam ainda mais confusas com a luz do dia...
depois de tanta coisa que aconteceu nos últimos tempos x sente de novo que tem os pés no ar.
23.10.22
x tem a sorte de, na viagem - quase sempre a solo - que têm sido os últimos 15 anos (os mesmos desde o nascimento deste blog) ter encontrado ao longo do caminho algumas pessoas que deram sentido ao trajeto. algumas mais circunstanciais que outras. mas todas, em algum momento fizeram chegar a x algo que x precisava.
como este som, que chegou a x ontem, no meio de um turbilhão de coisas que precisavam de ganhar sentido. era isto que x precisava de ouvir, o som, não tanto a letra. a letra já teve muito a ver com o que x viu por dentro em tempos. hoje x vê as coisas de modo algo diferente. o som sim, tem muito a ver com o momento atual de x - o olhar para trás em modo de exercício de despedida do padrão que se conhece demasiado bem, a resignação e, também, uma certa esperança que nasce do caos e faz com o que o horizonte se mostre de novo ao longe.
x está nesse sitio agora e sabe que do lado de lá está uma página em branco.
x chegou ao fim de um caminho que pareceu sempre demasiado difícil e demasiado longo. mas x chegou ao fim. e está agora à porta do resto que vem.
e a única certeza que x tem é esta: it’s time to go. somewhere. anywhere but here.
20.10.22
x está a ter uma semana esquizofrénica. x está bem. bastante bem até. mas à sua volta o mundo começou a girar e parece que x se tornou uma espécie de buraco negro que absorve todas as particulas aleatórias há muito perdidas que, irremediavelmente se espetam na cara de x com violência despropositada.
hoje x não atendeu um telefonema. o telefone tocou. x ficou a olhar para o nome enquanto ouvia o toque insistente. mas x não atendeu. custou-lhe, mas a força de x não é infinita. e x já teve que chegue esta semana.
a vida de x, em regra, é calma, plácida e até bastante aborrecida. mas quando o novelo se começa a desfazer, desfaz-se tudo ao mesmo tempo. e à velocidade da luz.
por isso, hoje, x não atendeu o telefone, e optou por ir até algures refugiar-se em sons bonitos.
14.10.22
x acabou de ter uma conversa que devia ter tido lugar há mais de 20 anos. confirmando tudo, absolutamente tudo, o que x sabia há muito, e do que x fugiu durante muito tempo. há mais de 20 anos, esta conversa não aconteceu por causa das circunstancias e da imaturidade. hoje x teria preferido que esta conversa não tivesse acontecido, porque significaria que x não se sentiria responsável por alguém ser infeliz. hoje x está absorta, triste… mas aliviada ao mesmo tempo. porque x sempre soube, como x hoje sabe outras coisas que pode ser que fiquem esclarecidas daqui a mais 20 anos.