28.3.15

o irmão mais novo de x vai-se mudar para Munique. e a vida acontece.

25.3.15

x nunca havia lido herberto hélder. x não diz isto com nenhum tipo de orgulho. mas é verdade, x nunca havia lido uma única linha de herberto hélder. até ontem.

24.3.15

pensando bem, foi tudo bastante ridículo. a distância traz-nos uma clareza extraordinária.

23.3.15


Of Monsters and Men - Little talks

23 de março de 2015. há 8 anos x estava a empacotar restos da vida que havia sido. no meio de roupas e papéis e coisas várias de que x não ia precisar mais, ficaram, também, lágrimas. x estava atordoada. algures num limbo cheio de emoções enormes e antagónicas. x nunca reconsiderou. x sabia que aquele era o caminho. mas x nunca pensou que fosse tão difícil. tão doloroso. tão avassalador. a 23 de março de 2007, faltavam mais ou menos 15 dias para o queres antes aprender a voar ? nascer. x já o levava consigo, no meio de toda a confusão que se lhe instalou por dentro. a 23 de março de 2007, x não imaginava como seria a  sua vida a 23 de março de 2015. só sabia que ia ser diferente, muito diferente. e que muito pouco ia restar do que havia sido até então. e que não ia recuperar o que havia ruido. e que dificilmente aquela sensação de aperto ia desaparecer por completo. e que nunca, mas mesmo nunca, iria esquecer os dias alucinados que antecederam a partida. entretanto, passaram 8 anos. parece quase nada. mas aconteceu quase tudo. a vida de x mudou. x mudou. o queres antes aprender a voar ? nasceu e sobreviveu. mas x não esqueceu os dias alucinados que antecederam a partida. nem os dias de agonia que se seguiram depois. nem os meses de angústia. nem os anos de purga. passaram 8 anos. o ciclo fechou. x já pode abrir a caixa de pandora que quarda o que restou da vida que foi. até porque x sabe que "'cause though the truth may vary this ship will carry our bodies safe to shore." 
aos quase 40 vemos a vida de forma mais objectiva. pesamos os erros. lamentamos alguns. mas pensamos cada vez menos nos "e se". sabemos que o tempo não cura. mas também sabemos que o que foi não volta. e aceitamos que não é suposto que volte. sabemos que temos de continuar, sob pena de perder a vida em lamentos. o infinito de possibilidades dos 20, estreita-se. ou apura-se. as certezas dos 30 atenuam-se. a vontade que a vida seja agora eleva-se. ao quase 40 não temos tempo para perder com o que nada nos acrescenta. 

19.3.15

não é fácil de entender. nunca foi. e talvez nunca seja. mas x já fez as pazes com isso. e cresceu. e aceitou. e seguiu. x chegou à maturidade emocional. custou tanto!
e x dançou. e recebeu abraços e sorrisos e beijos. e ouviu palavras de elogio e agradecimento e gratidão. e viu como há gente que nada sabe da vida de x para além do essencial do dia-a-dia mas que acredita em x como nunca ninguém o fez. e percebeu que é mesmo verdade essa coisa de ter anjos da guarda. x tem, pelo menos, um. e este disse repetidamente "esta é a x, o meu braço direito, e o meu braço esquerdo, e as minhas pernas, e o meu tudo. esta é a x e não há ninguém como a x". x sorriu, e agradeceu ao céu a coragem que um dia teve para ouvir as vozes mudas que lhe disseram "vai x, vai x..."

13.3.15

x vai passar o fim de semana num sítio espectacular e suspeita que esta noite vai dançar até ser dia. x volta já!

10.3.15

tem sido tudo plano. plano e plácido. não há sobressaltos. nem angústias. mas também não há surpressa. nem emoção. é tudo plano. plano e plácido.
anti-histamínicos, corticoesteróides e broncodilatadores.
 
mas é bonita, a primavera!