31.12.14

que venha 2015, então. sejam felizes.

30.12.14

não tenho planos absolutamente nenhuns para a noite de passagem de ano. tenho uma garrafa de murganheira no frigorífico. se não for mais, bebo-a de um trago.

29.12.14


Jóhann Jóhannson - Fordlândia

e o resto, meu amor, o resto acabou assim, tranquilamente. embora dorido.

11.12.14

cozinha incendiada = pinturas em metade da casa + electrodomésticos novos. foda-se!

9.12.14

coisas: o espírito do natal ainda cá não chegou.

28.11.14

e no dia D, x não tem nem o vestido nem os sapatos perfeitos. o costume, portanto.

18.11.14

começou a contagem decrescente para x encontrar o vestido e os sapatos perfeitos para uma noite de gala. 

17.11.14


Radical Face - Welcome home

x gosta. x gosta mesmo muito.
há dias em que x fica tão piursa que só lhe dá ganas de rebentar com a cara a alguém. hoje é um desses dias.

14.11.14

depois de vários meses de buscas, x comprou umas botas. italianas e caras como o raio, por sinal. x não está, ainda, muito arrependida, mas pode, no entanto, confirmar que o calçado português é o melhor do mundo.

12.11.14

as dores no peito com que x se debatia há anos, e que chegaram a levar x a desconfiar de problemas sérios nos pulmões, desapareceram em duas ou três semanas. a cura custou cerca de cento e cinquenta euros - o valor de três soutiens em condições. x gosta particularmente do modelo urban minimizer da triumph. 

de nada.

11.11.14

x gostava de ter um blog cheio de fotos de pequenos almoços em tom pastel, de casas com as camas feitas e sem coisas ao molho pelo chão, de crianças com roupas imaculadas e cabelos alinhados, de almoços e jantares bonitos e de famílias que transmitem placidez e realização. x gostava, mas não tem material para isso. e isto não é uma crítica velada a esses blogs. isto é mesmo inveja. porque, em regra, o pequeno almoço de x é uma café instantâneo e dois ou três cigarros seguidos; a casa de x é uma confusão constante - porque x continua a achar que ter uma empregada doméstica é demasiado burgês e não se coaduna com a educação que x teve nem com o sítio de onde x veio -; porque x não tem filhos nem marido; porque x tem dificuldades em encontrar roupa lavada e com ar decente pela manhã; e porque, na verdade, se x sair de casa de manhã sem ter os olhos ramelosos já é uma sorte.
coisas que provam a miséria da vida de x: há uns tempos x dormia com o cummings, o rilke, o withman, o yeats ou, quando estava virada para o realmente excêntrico, com o michio kaku, ou o frank tipler ou, vá lá, o joão magueijo. de há uns tempos a esta parte, x tem dormido amiúde com o castle. e, em regra, acorda toda torcida no sofá.
coisas que fazem x sentir-se um bocadinho burra: a granola e o muesli são a mesma coisa?
coisas que x detesta: faianças em geral e faianças da bordallo pinheiro em particular, salvo a sardinha emigrante que, para além da estética limpa que me agrada, representa na perfeição a tragicomédia nacional.



Muse - Hysteria

9 de julho 2015. NOS Alive. curiosamente, no dia de aniversário de x.
e ao fim de três meses e menos dez quilos, x comeu um pão.
- oh x, de que sentes mais falta dos tempos em que a vida era mais simples e cheia de tempo?
- de ler.
x já teve várias fases na vida: a cheia de esperança, a desesperante, a apaixonada, a descrente, a exultante, a mística, a revoltada, a triste, a pós-trauma, a orgulhosa, a cansada, a feliz, a muito feliz, a que perdeu tudo, a que começou de novo, a melhor do que todas as anteriores, a pior de sempre... agora está só numa fase azeda. pode ser que passe, como todas as anteriores.

7.11.14


The Cinematic Orchestra - To build a home

oh, o Patrick Watson ainda me causa arrepios.

4.11.14

x sabe algo escabroso sobre alguém que x não suporta. x, às vezes, tem vontade de dizer ao mundo que a pessoa em questão, que x não suporta, é mais merdas do que x ousaria sequer conceber. 

21.10.14

x estava a ter um ano quase tranquilo. conseguia sair do trabalho lá para as nove da noite e não precisava de trabalhar madrugada fora ou aos fins de semana. pois, x estava a ter um ano quase tranquilo, mas já não está. x suspeita, portanto, que este blog vai ficar de novo semi-mudo. ou então que as horas de sono vão voltar a ser menos que poucas.

20.10.14


Jaqueline du Pré - Concerto para violoncelo (Elgar)

Jaqueline du Pré morreu há 27 anos.

repost #23


Naquele planalto o vento era frio. Impiedoso. As flores dobravam-se. Impotentes. O vestido esvoaçava. Alvo. O cabelo enlaçava-se. Nós impossíveis. Corri. Abri os braços. Voei. Em baixo o mar. Revolto. Nas nuvens não sentia nada. Enfim!

repost #22

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"-Mas eu não quero estar ao pé de gente louca - respondeu Alice.
- Oh não podes evitá-lo - disse o Gato. - Aqui todos são loucos. Eu sou louco. Tu és louca."

Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll

repost #21



"No cruzamento de dois caminhos do coração não há um Templo de Apolo."

Reiner Maria Rilke - Os Sonetos a Orfeu

repost #20


O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

Florbela Espanca - Cartas a Guido Battelli

repost #19

correu por palavras inventadas buscando o que sabia não haver. encontrou adormecido de ser quem acordar não quis. manteve os olhos abertos até ao deixar de doer. por fim testemunhou a exiguidade dos quereres. brinca agora com bonecas e castelos cor de rosa. hoje vê.

repost #18



Perderam a forma, as palavras. Resta agora um imenso tudo para viver. Em cheio de luzes e brilhos de fogo de festa. E assim são os dias. As noites, essas, são vazias de pesadelos.

repost #17

E rebenta o caos como que a dizer "lembra-te, lembra-te, lembra-te". Torna-nos o corpo de sol e a rebolar de espasmos ao longo. Há um vértice do tempo onde as almas se juntam. E agora? Podemos ficar assim? Para sempre? Dorme, dorme, dorme. O mundo do outro lado é assim!

repost #16

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Mono - Everlasting light

e assim são os meus dias

repost #15

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às vezes esqueço-me. mas só às vezes.


repost #14

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"i like my body when it is with your
body. it is so quite a new thing.
muscles better and nerves more.
i like your body. i like what it does.
i like its hows. i like to feel the spine
of your body and its bones, and the trembling-
firm-smoth ness and wich i will
again and again and again
kiss. i like kissing this and that of you,
i like, slowly stroking the, shocking fuzz
of your electric fur, and what-is-it comes
over parting flesh... And eyes big love-crumbs,
and possibly i like the thrill
of under me you so quite new."
ee cummings

repost #13


P1080443 by suxx
E tudo ficou assim, vazio e silêncioso, como um papel em branco, pronto a agarrar histórias.

17.10.14


Julianna Barwick - Pacing

x é assim. um corpo nu exposto às agressões exteriores que por momentos é invadido por um mar vermelho sangue que turva os sentidos. eventualmente, a chuva abranda, o vermelho sangue ameniza e, entre breves esgares de sorrisos, x sobrevive até à próxima tempestade.


Julianna Barwick - The harbinger

x gosta de música que lhe tome conta da alma. julianna barwick faz isso. 

16.10.14

x está num momento particularmente importante da vida. tem de tomar decisões. todas elas que representam passos para o abismo. x já sentiu no corpo que o abismo quase nunca é mau. mas aquele momento em que se põe o pé sem saber onde está o chão, em que se fecha os olhos, em que se respira fundo, em que se diz para nós próprios "um, dois, três, salta"... esse momento custa sempre!

13.10.14


Jóhann Jóhannsson - The cause of labour is the hope of the world

o tema faz parte da banda sonora do filme The Miner's Hymns. x não viu, mas acredita que deve ser bom. relativamente ao Jóhann Jóhannsson x não tem dúvidas. é genial.

9.10.14

um dia, x gostaria de perceber porque é que há gente que tem a puta da mania de tecer considerações / formar juízos / emitir opiniões sobre, ou simplesmente meter o nariz na, cama dos outros.

8.10.14




Sharon van Etten - Love more


dia 29 de novembro, no Mexefest.

Peter Broderick - Below it


dia 11 de outubro, sábado, no Music Box - Lisboa.

coisas que x detesta: escamas de peixe e, em particular, escamas de sardinha. x até nem é nada esquisita, mas vomita-se toda se toca em escamas de sardinha. 
x mede as pessoas por pequenas coisas. porque x acha que são as pequenas coisas que mostram o carácter das pessoas. um sorriso insosso, um gesto rude, uma palavra mal dita ou uma atitude ego-centrada,  são razões bastantes para x deixar de ver pessoas e passar a ver bestas. 

7.10.14





M83 - Lower your eyelids to die with the sun


anthony gonzales, o génio de m83, é certamente uma das álmas gémeas de x.


... essa era a porta para aquele pesadelo de tons laranja labareda, mas, agora, está fechada!

6.10.14


foi com este som que x se despediu de moçambique, na noite de 27 de dezembro de 2007. é aqui que x volta sempre que está prestes a retomar o caminho de áfrica. daqui a pouco, x estará de novo em maputo.


como explicar aos demais que as palavras se formam em fogo por dentro até serem expulsas pela pontas dos dedos como se de um exorcismo se tratasse; como se em convulsões nascessem as ideias que  depois fogem em rios de letras, aparentemente avulsas, aparentemente ao acaso, até que, enfim, traduzem desenhos da alma? como explicar aos demais que escrever é como gritar em silêncio. e que se fica sem ar, sem força, sem lágrimas.como explicar aos demais que escrever quem somos dói?

sim, a vontade de escrever voltou. e isso, nem sempre, é bom.




Sigur Rós - Ára Bátur


muitas vezes, x enrosca-se no escuro, esconde-se do mundo e repulsa as palavras das gentes. x é, quase sempre, incapaz de lidar com o frenesim social. sente-se, quase sempre, deslocada. e descompreende os demais em quase tudo. mas x , às vezes, perde a força de tanto lutar contra moinhos de vento dentro da sua cabeça. é nesses momentos que a música lhe devolve a fé.
coisas soltas sobre x: a sua misantropia está a agravar-se.

x ia ver marissa nadler. mas não foi. o corpo - provavelmente comandado pelo inconsciente - recusou-se a ir. x gosta muito de marissa nadler. sobretudo do álbum Songs III - Bird on the Water. e desse álbum, x gosta muito em particular do tema Leather made Shoes (em baixo). este som marcou um momento muito particular na vida de x. um momento que foi um salto no abismo. um momento que se transformou numa imensa travessia interior com consequências avassaladoras na vida de x e na vida de quem rodeia x. um momento de profunda vulnerabilidade em constante luta com uma força gigante que x não sabia de onde vinha. um momento de fé, em que x se pôs à mercê do universo. um momento em que x perdeu o controle sobre tudo, principalmente sobre a sua mente e o seu coração. um momento em que x sentiu todas as forças exteriores violarem o seu corpo até ao limite da exaustão. um momento de uma fragilidade assustadora. um momento em que x percebeu que o sentir pode matar. um momento cheio de despedidas que se não queriam mas que se sabiam ser para sempre. um momento que ainda hoje abre um enorme espaço negro no corpo e na alma de x. x não gosta de voltar lá. e faz de tudo para não passar lá perto. mas ao ouvir a marissa nadler dizer but you know when she goes she'll by crying, cause a love that has died, is a sad sad thing, x não consegue conter os espamos no corpo que teima em dizer que ainda não está curado. talvez por isso, x não foi ver marissa nadler.

3.10.14


Marissa Nadler - Leather made shoes

domingo. na ZDB - Lisboa. eu vou!
x precisa de umas botas. x vê umas botas. x acha graça às botas. x vai ver o preço das botas. x tem um ataque de riso. 330 euros??

1.10.14

x fica extraordinariamente satisfeita quando consegue contribuir para mudar a vida de alguém. nos últimos tempos, x recomendou duas pessoas para posições bastante apetecíveis. x acreditava que ambas tinham capacidades para os cargos em questão embora tivessem perfis e personalidades algo "out of the box". depois de processos de selecção normais, em que x não teve absolutamente nenhuma intervenção ou influência, ambas foram contratadas. nos sítios sérios e que dependem do que efectivamente produzem, as "cunhas" são uma espécie de mito urbano. quer-se competência e atitude, só. às vezes falta é cruzar-nos no momento certo, com as pessoas certas, para os sítios certos. por acaso, x conhecia duas que até estavam desempregadas há bastante tempo.  x estava atenta. às vezes basta atenção para dar conta de oportunidades únicas, para nós ou para terceiros. e assim, duas pessoas mudaram de vida, num momento particularmente difícil no mundo do trabalho. duas pessoas. duas famílias. cinco crianças. e x fica muito feliz com isso.


26.9.14

ainda não está completamente confirmado, mas x está a ouvir isto no volume máximo e com os olhos a brilhar:





25.9.14

it may not always be so; and i say
that if your lips,which i have loved,should touch
another’s,and your dear strong fingers clutch
his heart,as mine in time not far away;
if on another’s face your sweet hair lay
in such silence as i know,or such
great writhing words as,uttering overmuch,
stand helplessly before the spirit at bay;

if this should be,i say if this should be—
you of my heart,send me a little word;
that i may go unto him,and take his hands,
saying,Accept all happiness from me.
Then shall i turn my face,and hear one bird
sing terribly afar in the lost lands


ee cummings
mantra do dia: "x, as pessoas são assim e tu já tinhas obrigação de o saber e de não ficar tão surpreendida com reacções imbecis"

24.9.14

x não teve a crise dos 30 mas suspeita que vai ter a crise dos 40 a dobrar, sobretudo porque na sua cabeça sente-se na casa dos 25, embora aos 25 fosse bem menos feliz do que hoje. sim, x suspeita que vai ter a crise dos 40 a dobrar.
x tem um quilo indeciso: não sabe se vai se fica!

19.9.14


Mono - Recoil, ignite

são dois álbuns novos: "The last dawn" e "Rays of darkness". a descrição não podia ser mais perfeita: "Recorded simultaneously yet conceptually and creatively disparate, the two act as both opposing and complementary sides to a story. No strangers to narratives, the twin albums explore familiar themes for the band: Hope and hopelessness, love and loss, immense joy and unspeakable pain."

18.9.14

x foi a uma médica de clínica geral e familiar. tirando quando era criança, x nunca tinha ido a um médico de clínica geral e familiar. consequentemente, x nunca fez análises ou exames ao que quer que seja na vida. a médica meteu as mãos à cabeça e deve ter pensado que x não as bate todas. curiosamente não prescreveu nenhum exame psiquiátrico.
coisas de que x gosta muito, mas mesmo muito: Eclat D'Asperge de Lanvin.

15.9.14

não merceste as penas. não mereceste nenhuma das penas. oh x, enfim percebes.

9.9.14



Mono - Where we begin

 
o álbum vai chamar-se The Last Dawn e aparece por ai lá para outubro.
x tem andado arredada destas lides. é falta de tempo. e, talvez, também falta de vontade. ou de coisas para dizer. os últimos meses têm sido atribulados. trabalho, obras na casa nova, viagens entre lá e cá, reorganização de prioridades, cuidados extra com a alimentação e a saúde, reuniões familiares, brincar com a bia e construir o futuro. mas x sente falta. falta de ter coisas para dizer.
 
 
 

3.9.14

o maior desejo de x para os próximos anos é: saúde para si e para as suas pessoas. talvez seja um reflexo da idade. e das mazelas acumuladas no corpo ao longo dos tempos.
coisas que x odeia: gente estúpida, a moda do tricot e/ou outras artes manuais várias só porque sim, a malta fanática da amamentação, concertinas, gente que trata as crianças como seres acéfalos, o primeiro ministro, e o resto do governo também, correr, tequilla, desperdício, sentir a água do mar acima da cintura, as obras do prédio ao lado que não há meio de acabar e que lhe estão a deixar a casa cheia de rachas, abusadores em geral, gajas sonsas, palavras acabadas em "inho" ou "inha", folhos, padrões floridos, cores pastel e cenas "fofas" em geral, calos, parideiras fanáticas, malta que vive de subsídios em geral só porque sim, queixinhas, pregadores da desgraça, andar de guarda-chuva, sentar-se em esplanadas virada para o sol, conversas de engate, ou conversas de merda em geral e conversas de gaja em particular, borrego a cheirar a borrego.

coisas que x gosta muito mesmo muito: andar descalça e despenteada, fazer piqueniques, banhos de sol no corpo todo e com o mínimo de roupa possível (mas não em esplanadas), imperiais bem tiradas, vento, silêncio, rir, petingas, ter o corpo castanho e quase sem marcas de biquini, praias desertas, pão de sementes do lidl, chocolate lindt passion caramelo com flor de sal, tranças, cheiro a café pela manhã, conduzir sem destino, o land rover evoque, vinho verde branco gelado.

28.8.14

um mês na vida de x:

- obras na casa nova
- lisboa, braga, lisboa, braga, lisboa
- substituir o chefe
- coordenar equipa de seis pessoas
- dores nas costas, nos ombros, nos braços
- fisioterapia
- susto
- férias
- praia, praia, praia
- menos sete quilos
- um bronze do caraças

17.7.14

x leva com um ramo da noiva em cima naquele momento em que toda a gaja que é gaja tenta avidamente apanha-lo. o fotografo corre para x. e para o ramo. x não quer nem imaginar a cara que deve ter feito durante aqueles minimos segundos. x, a contorcer-se de riso, entrega o ramo a um casal gay. o fotografo desiste de fotografar x. e o ramo. x e o casal gay desfazem o ramo da noiva em mil pétalas e espalham-nas pelo ar. x dança. e ri. ri muito. a noite toda. x sai de sapatos na mão. ainda a rir.

15.6.14

casa comprada, porra!
aquele estranho momento em que reencontramos alguém com quem temos uma história e as palavras não saem. aquele estranho momento em que percebemos que deixamos marcas. aquele estranho momento em que nos perguntamos em que é que erramos. aquele estranho momento em que um simples toque de pele nos faz voltar onde ficamos cristalizados no tempo. aquele estranho momento, aconteceu ontem.

11.6.14

coisas que x odeia: perceber que há quem não tenha vergonha na cara e se vanglorie disso e perceber que algumas dessas pessoas de algum modo fazem (ou fizeram) parte da vida de x.

5.6.14

julho = lisboa, funchal, lisboa, braga, lisboa, maputo, lisboa, braga, lisboa!

27.5.14

x tem aversão ao casamento. à instituição em si. mas também à festa ao vestido às flores ao arroz às fotografias... e porque tem aversão ao casamento, x recusa (quase) todos os convites que recebe. mas alguns não pode recusar, e vê-se obrigada a alinhar com a histeria colectiva em volta da coisa. no espaço de um mês, x tem dois convites. daqueles que não pode de todo recusar. x tem de ir. e x vai. algo contrariada, mas vai. x odeia casamentos. mas por razões maiores até faz o esforço e vai. agora não a convidem é para despedidas de solteira/o senão x tem um surto psicótico, foda-se!

repost #12

Gosto de drama. De sabor a saliva misturada com lágrimas. De suores colados em camas desfeitas. De latejar de veias. De emoções violentas. De vida de carne. De sangue vermelho. Gosto de momentos sem regras. Sem horas. Sem amanhã. Gosto de vidas agarradas em sopros. Gosto de alturas e de vãos e pontes. De lâminas e do torpor etílico. Gosto de chãos e de mesas. De voar. E de me pendurar como os morcegos. Gosto de dentes espetados. De unhas que marcam e de olhares descontrolados. De urgência. De vontade. De vida com raiva. Gosto do mundo no corpo.

repost #11

Por vezes, em silêncios longos, as imagens voltam com sinais escritos a ferro. Mas fica antes em silêncio porque já não bastam remendos. A casa ruiu. Queres antes aprender a voar?
o que fazer quando erramos e irremediavelmente nos perdemos num caminho que não é nosso?

26.5.14

 
 
Ólafurs Arnalds ft. Arnor Dan - Old skin
 

In these hands I'll hide, in these hands I'll hide
While this world collides, this world collides
It's not enough for me, it's not enough for me


quarta feira, no CCB!

20.5.14

queria escrever sobre a ressaca. mas ainda estou na fase da náusea. há toda uma readaptação física e mental que se impõe dada a ausência. a dependência de alma alheia talvez seja pior do que qualquer dependência química. não nos deixa marcas por fora. mas corrompe-nos por dentro até não termos lá nada. a não ser esta vontade de vomitar que teima em não passar.

12.5.14

repost #10

Um dia acordamos e tudo desapareceu. Nada é. Nada está. Vácuo. Só. As vozes misturam-se num interminável curso de sons imperceptíveis. Fingimos perceber. Fingimos estar. E fingimos ser o que alguém espera que sejamos, sem saber exactamente o que é isso, pois não sabemos nem quem somos, nem quem são os outros. Tentamos agarrar-nos a coisas que nos pareçam ligeiramente familiares. Tentamos olhar-nos no espelho e encontrar uma réstia de semelhança com a ideia que faziamos de nós. Mas, nada. Nada. Nada. Pedimos em silêncio que nos puxem de volta. (Parece sempre mais fácil voltar ao que se sabe do que enfrentar o que se não conhece.) Mas o abismo acena-nos promessas de tudo. E vamos. Brincam-nos com a cabeça depois. Arrancam-na. Fazem malabarismos perigosos. Voltam a pô-la no sítio por breves instantes. Mas é só para termos a certeza que nada é do que já foi. Voltam a arranca-la. E isto acontece sempre, sempre, sempre. Até percebermos que não somos nós que controlamos o movimento de vai e vem. Depois perdemos tudo. Mesmo o que antes parecia enterrado até ao centro da terra. Num plim tudo deixa de ser. Medo depois. Medo. Muito medo. Quem és tu que estás ai desse lado do espelho? Onde está o eu que tu roubaste? Confusão. Sons. Luzes. Risos. Lágrimas. Muito de tudo. E tudo muito. E, ao mesmo tempo, um vazio. Cheio. Um vazio cheio. É isso. Um vazio cheio. Descontrole. Alucinação. A certeza que a vida como era nos foge. Levam-na. Roubam-na. Mas enfim passamos a sentir tudo. Como antes não ousavamos sequer pensar que fosse possivel. Sentimos tudo. Bom e mau. E tudo lá, naquele sítio que dói e que faz rir. As palavras então saem disparadas por armas de arremesso perdidas algures no meio de nós. Ou então, ficam presas. E os lábios quietos. Xiuuu. Um dia, morremo-nos. Desistimos da guerra. Aceitamos que acabará ali. E que nada o pode impedir. Pomo-nos nas mãos de quem nos tolhe os movimentos. Dizemos que estamos à disposição. "Façam o quiserem! Eu não sou, não sei, não mando, não nada..." e pronto, morremos. E nesse exacto momento somos invadidos por um sopro quente de vida. Que nos entra pelos bocadinhos todos do corpo. Sentimo-nos levitar. Sim, sentimo-nos levitar. Sentimos os olhos encher-se de luz. Ficar transparentes. Mudar de cor. Passamos a ver à frente e atrás. Por fora e por dentro. Pelas margens e através. O coração bate. O peito enche-se. As lágrimas, essas, continuam a despedir-se de ontem. Misturam-se com o riso pela descoberta do plano onde o espaço e o tempo se misturam numa esquizofrenia de sentidos. Á nossa volta, luzes dançam. Vozes cantam. E dão-nos as boas vindas à terra de ninguém e de todos. Depois, renascemo-nos. Sem quase nada a ocupar-nos por dentro. Prontos a recomeçar. Mas agora num patamar acima. Crescemos um bocadinho mais em direcção a casa. Sabemo-nos no sítio certo. Mas ainda assim, às vezes temos saudades. No fim, o terror acaba. O dia volta. E passamos a perceber que entre a loucura e a iluminação a diferença é muito ténue.

repost #9

Há muito tempo que nada vinha com tamanha violência. Tudo é sentido e vivido ao extremo. No arame. Como que a testar os limites do céu. A avalanche de emoções apanha-nos sem avisar. Num imenso e barulhento Buummm invadem-nos. Toma-nos conta. A mente ultrapassa todos os limites imagináveis de capacidade de processamento. Ficamos muito perto da alucinação. Obrigamo-nos a discipliná-la, tentando reproduzir em cores, sons e palavras um bocadinho do que vemos. O dia e a noite não chegam. Tudo é imenso. Tudo é imenso. Sabemos de onde vem. Só não sabemos ainda para quê. Nada é previsível, e o que se anuncia de cara tapada nem sempre é simpático. Ou então é, mas chegar lá aperta muito. A chamada é feita por arrepios quentes que entram pelas pontas dos dedos e nos transportam para a gravidade zero do ser. Os olhos ficam ofuscados e passamos a ver por um ponto qualquer alojado no centro da testa. E tudo passa a ser de verdade e incondicional. Mesmo que não nos faça sentido. Acabou o intervalo.

repost #8



Mãos transparentes arranham por dentro. Salpicadas a vermelho saem as palavras depois.

repost #7



Arrancaram os medos com ferros quentes.
Depois queimaram-nos num auto de fé.

repost #6

Rasguei-te a pele com os dentes, mordi-te coração e cuspi-o, limpei a boca e segui.

repost #5


 
Hoje decidi levar-te ao cadafalso e olhar-te nos olhos enquanto a lâmina cai.

repost #4

Enternece-me a transparência de quem ama pela primeira vez na mesma medida em que me entristece a palidez do olhar de quem teve de voltar a dar passos no escuro.



Balmorhea - Coahuila

coisas que x odeia: patchwork! x odeia patchwork.

9.5.14



Coldplay - Sky full of stars

coldplay não é, de todo, coisa que eu oiça sem ser por mero acaso. mas hoje acordei cedo e, pouco passava das oito da manhã, já ia a caminho do escritório. agora o caminho é diferente, mas praticamente igual ao de uns anos atrás. é uma espécie de gincana por lisboa que me obriga - entre curvas e contracurvas - a atravessar as artérias principais da cidade. e foi ao atravessar a avenida da liberdade que, numa esquina qualquer vi um cartaz de publicidade a qualquer coisa que não percebi o que era que tinha uma frase que dizia algo como "demands shout from rooftops". ao mesmo tempo, começava a tocar isto no rádio - que estava com o som algo alto, como sempre pela manhã. e, não sei bem porquê, naquele momento pareceu-me que o mundo fazia sentido. o que é curioso, porque nem sequer gosto particularmente deste som...

5.5.14

x esteve a preencher a declaração do irs e ficou com vontade de mandar o país inteiro para a puta que o pariu!
 

3.5.14

repost #3

misturam-se os corpos, há uma sofreguidão da alma que pede mais, fecham-se os olhos e arrancam-se em fogo as vontades que não se querem, raiva, como te odeio, não, não foi nada, se os olhos não se cruzam o colar da pele é desimportante, e quando o dia recomeça o ontem não foi, quem és tu que ocupas a minha cama, frio, amanhã tentamos outra vez, mas não, não me queiras ver por dentro, não tenho lá nada que te possa dar.

repost #2

e há alguns alguéns que nos fazem escrever e escrever e escrever e escrever e escrever e escrever e escrever e nos trazem imagens e sons e coisas que não sabemos muito bem de onde vêm e cores muitas muitas muitas cores e pesadelos e nuvens e trovões.

repost #1

eu podia levar a vida inteira a tentar, mas jamais conseguirei explicar o ar que ri. e olhando para trás não me reconheço.
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às vezes tento chamar a memória. mas desfiz-me de tudo. 

este blog fez 7 anos em abril. x esqueceu-se de lembrar a data. entretanto, há uns meses, x escondeu 6 anos de histórias. x decidiu hoje republicar algumas. o queres antes aprender a voar ? passa, a partir de hoje, a ter uma secção de reposts. e já agora, parabéns a mim e ao queres antes aprender a voar ? que, entretanto, se tornou o meu confidente. e um dos meus melhores amigos.

2.5.14

x acha que sempre soube que havia de ser assim. x acha que, na verdade, nunca pensou que pudesse ser diferente. a vida de x é inteiramente dedicada ao seu trabalho. e às pouquíssimas pessoas que fazem parte do seu pequeno núcleo de sanidade. x não é o seu trabalho. mas o seu trabalho toma-lhe conta de quase tudo. a parte boa, é que x gosta. divirte-se. sente-se bem. x acha que é a isso que se chama "sentirmo-nos realizados". é assim que x se sente. e o pouquíssimo tempo que tem para dedicar às pessoas que fazem parte do seu núcleo de sanidade é gasto em risos e olhos brilhantes. porque x está feliz. porque x é feliz.

29.4.14



Tindersticks - Let's pretend

fingimos. que não sabemos. que não queremos saber. fingimos. sempre. assim é mais fácil. eu sei.

27.4.14


Ben Howard - Oats in the water

se é possível apaixonarmo-nos por uma voz? é.

7.4.14

x começa hoje um novo ciclo. exactamente ao fim de um percurso de sete anos que, ao que parece, está a devolver x ao sítio de onde partiu. é curiosa a vida. são intrigantes os desígnios do universo. voltamos quase sempre ao sítio de onde quisemos sair a correr. e quando estamos de volta percebemos como a saída fez sentido. mas como a volta ainda o faz mais. sim, é curiosa a vida. e são intrigantes os desígnios do universo. 

31.3.14

x odeia várias coisas. uma delas são flores mortas. x odeia flores mortas. nunca, mas mesmo nunca, ofereçam ramos de flores, mortas, a x. mas x odeia ainda com mais vigor diamantes. nunca ofereçam a x diamantes. nem nunca lhe digam que os diamantes são as pedras do amor. diamantes são pedras. só. pedras que matam. e que fazem matar. x odeia, visceralmente, diamantes.

segunda viagem do ano confirmada: Moçambique!! de regresso à minha Maputo e, quem sabe, com um salto a Pemba!
primeira viagem do ano confirmada! Madeira. para festejar o meu aniversário com o grupo de amigos mais supercalifragilisticexpialidocious do mundo. 
Chrysta Bell. à porta da casa de x. ontem.



Chrysta Bell - Right down to you

28.3.14

de como gastar 800 € num piscar de olhos:
 
entrar no carro, dar à chave, meter a primeira, andar dez metros, ouvir uma chiadeira de cada vez que se carrega na embraiagem, sentir o pedal a tremer, levar à oficina, pagar.

27.3.14

a minha balança deve estar doida! é que hoje saltei-lhe para cima e ela respondeu que tenho quase menos 5 quilos do que há 15 dias!
o meu peugeotzinho pequeninho e a dar para o quase-velhinho está a querer dar o berro! estou tramada!

26.3.14

quando quer, ou quando a irritam até à moleirinha, x consegue ser muito bitchy!
7:40h. café tomado. vamos lá saltar para a máquina. é como quem diz: bom dia!

25.3.14

23:37h.
sim, ainda estou a trabalhar.
sim, comecei às 10:00h.
sim, ainda não jantei.
sim, ainda tenho umas horas pela frente. 
não, não sei nada do que se passa na cidade.
não, não sei nada do que se passa no mundo para além das letras gordas dos jornais online.
não, já não me lembro de pegar num livro sem ser os que sou obrigada a usar todos os dias em trabalho.
não, já não bebo uma cerveja com amigos há meses. 
sim, tenho uma vida de cão.
há pessoas assim. que nos consomem por dentro. às vezes tenho dúvidas se é sorte ou azar cruzarmo-nos com elas. mas arrisco na sorte. essas pessoas, aquelas que nos consomem por dentro, dão-nos a conhecer mundos antes ignorados: o mundo dos sentidos, da desnecessidade de razões, do correr às cegas, das pernas para o ar, da fatalidade. essas pessoas, aquelas que nos consomem por dentro, dificilmente saem do lugar que tomam como seu. ficam ali. presas a nós. por dentro. azar é nunca ter assim alguém, que nos consome por dentro. mesmo que aqueles que nos consomem por dentro só façam exactamente isso - consumir-nos. mas quando aqueles que nos consomem por dentro só fazem isso - consumir-nos - inevitavelmente chega o dia em que queremos arrancá-los de nós. à força. a frio. e fazemos isso, trazendo para a guerra outros alheios à nossa desestruturação por dentro. porque resta nada depois de sermos consumidos. nada. e rendemo-nos ao jogo. como se fossemos mais do que um no mesmo corpo. e, quase sempre, fazemos com os outros aquilo que as pessoas que nos consomem por dentro um dia nos fizeram. destruimo-los. as pessoas que nos consomem por dentro, ou nos roubam a vida ou nos transformam em monstros. vivemos entre esses dois estados: a ausência da vida e a vontade de sangue. andar em bicos de pés, tentando evitar cair para um ou outro lado é o que nos pode salvar. até que apareçam outras pessoas, que nos consumam por dentro. sem razões. só porque sim. pessoas em cujos olhos vemos o abismo. e nos perdemos nele. entre suor e saliva e roupas arrancadas e raiva no corpo. e queremos mais. mais. mais. e no dia em que a vontade de cuidar nasce no meio do caos dos corpos o mundo fica diferente.

24.3.14

"ai e tal, oh x como é que aguentas 40m a quase 18km/h sem parar?"
 
olho em frente e visualizo todas as pessoas que odeio e a quem me apetece partir a cara toda (não são muitas, são só duas ou três)!
foi o meu segundo ou terceiro amor de adolescente tinha eu uns 13 ou 14 anos. foi com ele que dei os primeiros beijos na boca. coisa estranha essa na altura. aquilo nunca deu em nada, como quase nenhuns amores de adolescente dão em nada. passados muitos anos reencontrei-o. e na altura ia dando coisa, mas não deu. e se tivesse dado, seria asneira, por sinal. depois perdi-lhe o rasto de novo. há uns anos voltei a encontra-lo. lembro-me que conversamos imenso, embora nada tivessemos em comum já. na verdade, em comum nunca tivemos nada, mas os amores de adolescente são assim mesmo: só hormonas e contos de fadas. mas nesse último reencontro olhou-me de forma diferente, como quem diz: podia ter-te tido e não tive. ora pois não teve, que os amores de adolescente, em regra, desaparecem assim: puff! e se não desaparecesse por si só, desapareceria pelas diferenças abissais entre as nossas vidas, os nossos quereres, as nossas ambições, os nossos gostos, nós, portanto. nós, que nada temos em comum para além de uns beijos na boca semi-inocentes dados às escondidas lá pela escola. hoje descobri que casou com a irmã de uma colega dos tempos da residência universitária que eu jamais  imaginaria que se pudesse vir a cruzar com algum dos meus amores de adolescente. ri tanto!
a minha idade mental desacompanha a minha idade física. isso parece-me óbvio.

20.3.14

há sete anos estava x em áfrica num rebuliço avassalador por dentro. foi uma época cheia de descobertas essa. cheia de trocas de palavras com tanta gente diferente. de partilha de emoções. de libertação. nesses tempos, houve alguém que esteve muito presente, sem contudo estar completamente a par da agonia interior que acompanhou o processo de crescimento de x. com esse alguém, x trocava ideias e risos e dores à distância. mas, sobretudo, com esse alguém x trocava sonhos. e sede de mais. x encontrou hoje, por mero acaso, uma dessas mensagens. e riu. porque era mesmo isto que precisava de ler:
 
Julgam ter-te na mão. Isso é o mesmo que querer segurar o vento, o amor e outras coisas não passíveis de serem presas. Logo ir-te-ás embora. Seja para que coisa fôr, tu vais voar. Os outros, aqueles que te foram mais próximos,  ficarão para sempre no baú do teu amor e na sacola das tuas recordações mas não vais parar e encontrarás depressa outras amizades, outros desgostos e outras compensações porque para mim e para ti a vida nunca parará. As coisas, as pessoas, a vida move-se e para quem é curioso, os caminhos teem que mudar. Ficam para trás imagens, boas e más mas vais partir em direcções tão diferentes como tudo daquilo que amas. Desde a pintura á vida, ás viagens, a novas e gratificantes experiencias que estás condenada a viver plenamente. Porque és como eu. És assim. Uma força bela da natureza.
 
o facebook tem esta coisa terrível - faz-nos voltar a cruzar com pessoas há muito distantes. consequentemente constato que os meus amigos mais próximos têm um gene qualquer que retarda a idade!
é algo que me acompanha. ter a vida em caixas. desta vez é a vida profissional. seis anos de estudo, de noites quase sem sono, de folhas de papel riscadas e com notas hoje difíceis de perceber. seleccionadas. umas para o lixo. outras metidas em caixas. é algo que me acompanha. ter a vida em caixas. desta vez não por ruptura. mas por movimento conjunto. faço parte de um projecto. e mudo-me com ele. até um dia me cansar. ou não. ao arrumar a vida em caixas, percebemos o lixo que vamos acumulando ao longo. e isto também é algo que me acompanha. o que antes importou transformado em lixo. e a limpeza radical que pontualmente vou fazendo. e não é só papel que vai na enxurrada. às vezes, também vão pessoas. de vez.

18.3.14


 
Pantera - Walk

alguém sugeriu num comentário que ouvisse o walk dos pantera. não pude conter o riso quando percebi que passaram 20 anos desde que os vi em cascais. na altura tinha um pseudo-namorado punk, achada piada ao phil anselmo e fiquei 15 dias a comer esparguete cozida com sal para poder pagar o bilhete.

13.3.14

há gente que abre a boca e me causa imediata vontade de vomitar - vivo com um desses espécimens ao lado há mais de um ano. arranjei uma forma de me alhear. mas estou a ficar algo surda por causa do volume do fones. nos dias maus é de punk para cima.


M83 - Reunion

acordar às 7 da manhã e pôr a casa a cantar isto tem a sua graça.
x sabia que o mercado (mesmo em portugal) está disposto a pagar muito mais pelas competências de x. o que x não sabia era os valores em concreto da coisa. x soube ontem. e ia caindo de lado. x até está disposta a abdicar de alguns euros para continuar a trabalhar com uma equipa que lhe é tudo. mas x tem sido uma parva-alegre. por isso, este ano, x terá de tomar uma decisão de vida. que passa por garantir o futuro sem que tenha de vender a alma ao diabo. até porque x já não vai para nova.
x chega a casa às 23.45h, depois de um dia, mais ou menos, normal de trabalho. x enfia um punhado de legumes salteados na boca e logo de seguida pendura-se na elíptica. 20 minutos a uma média de 17km/h. nada mau! o corpo reage e transpira como há muito não acontecia. duche rápido e cama. x acorda às 7h. toma um café na varanda da cozinha enquanto aprecia os morangos que começam a ganhar cores. x pendura-se de novo na elíptica e faz mais 20 minutos de exercício. x enfia-se no duche. transpirada, mas satisfeita. x sai de casa, passa pela loja do senhor armindo - que ainda mal abriu - e compra dois queijos frescos para o pequeno almoço. x chega ao escritório às 9.20h fresquíssima para enfrentar mais um dia de cão. reunião às 9.30h. uma hora depois, x está a tomar o pequeno almoço - queijo fresco, morangos e café. o plano é recuperar totalmente a forma física nos próximos três meses. ah, e as pernas já não doem. estão quase rijas.

5.3.14


 
Ben Howard - Keep your head up

in.love.
curtas:

- a colega burra vai, finalmente, desamparar-me a loja;
- o ponto alto dos meus últimos dias foi comprar online o que não tenho tempo de comprar offline;
- hoje os técnicos da vodafone vão lá a casa tentar resolver o problema da box e vou controlar-me para não insultar os senhores  pois, coitados, não têm culpa nenhuma que  o equipamento usado pela vodafone seja uma merda;
- as minhas gatas estão chatinhas chatinhas chatinhas;
- estou a ficar desnorteada com o volume de trabalho que tenho em cima da mesa;
- não tenho tempo para mais do que isto.

...but most important, i'm free in all the ways that you're not.
Uma amalgama de momentos, toques, partilhas e risos passados, acabou numa explosão de energia por dentro e por fora. Numa anarquia de sons e de luzes, como que num encontro entre o ontem e o amanhã. São perfeitos. Simplesmente perfeitos. Nunca tinha chorado num concerto. Desta vez as lágrimas cairam-me o tempo todo. Há quem ainda não saiba, mas ontem aconteceu magia. E muitos pés se começaram a despedir do chão.

Sigur Rós, Campo Pequeno

11 de Novembro de 2008

28.2.14

ontem (hoje) jantei às 3 da manhã e adormeci quase em cima do prato. hoje acordei já tarde de mais. atirei com água para a cara, enfiei as calças, prendi o cabelo e sai de casa. reparo agora que tenho as calças rotas e a camisola toda amarfanhada. e depois de ter escrito o post anterior vejo o paradoxo: para uns sou milionária mas na verdade estou no limiar do pindérico.
a partir de hoje entro na classe dos milionários, pelo menos para o fisco. materialmente continuarei a estar uns bons pontos acima do cidadão comum mas muito muito longe da imagem das pessoas que o cidadão comum acha que está sujeito a 48% de taxa de irs. mas acho que é desta que contrato uma empregada doméstica, sob pena de um dia destes ter um chilique nervoso entre lavar janelas e fazer pareceres sobre temas que não lembra ao demónio.
e depois das avaliações ultrapasso o número-mito. mas também constato que tenho sido uma pateta.
 

27.2.14



Kjartan Sveinsson - Credo
 
a dor que isto me causa é proporcional ao brilho que me traz aos olhos! como te odeio por me devolveres ao ontem kjartan sveinsson!

12.2.14

tudo o que fiz ou deixei de fazer na vida foi fruto da minha opção, decisão, palermice, escolha, estupidez, alucinação, lucidez, loucura e afins. sobretudo, tudo o que fiz ou deixei de fazer na vida, foi, e continua a ser, minha responsabilidade. aprendi a resolver os meus problemas, a ir se me apetecesse ir e a ficar se estivesse para ai virada. aprendi, mais do que tudo o resto, a não ser lamechas e a dar corda aos sapatos. deve ser por isso que me dá tanto nos nervos gente sem tomates para pegar nas merdas pelos cornos. foda-se!

11.2.14

26 dias depois, ávida por festejar o fim da época do pneumococo, chego a casa, abro uma garrafa de vinho e ao fim do primeiro copo fico instantaneamente semi-trolaró.

10.2.14



há algo de sinistro no amor. sim, há algo de sinistro no amor.
aqueles dias, em que por dentro nos cresce uma agonia sem  formas; aqueles dias, como hoje.


alguém sobrevirá no fim. alguém sobrevive sempre.

4.2.14

não fumo há 19 dias. os pulmões recuperam. durmo incrivelmente bem.

2.2.14

fevereiro. 2014. sou só eu que acha que o tempo está a correr demasiado depressa?

29.1.14

não fumo há 14 dias. consequentemente, poupei 56 euros durante esse período. depositei-os hoje numa conta que abri há pouco no activobank. pelas minhas contas, em 8 meses pouparei cerca de 1000 euros. o meu plano é ir à islândia e festejar debaixo de uma aurora boreal em reykjavik. parece-me uma boa razão para continuar sem fumar.

27.1.14


Oláfur Arnalds

28 de Maio, CCB.

Eu vou!
12 dias sem fumar!

21.1.14

pela primeira vez na vida, estive verdadeiramente doente. passei a última semana a curar uma pneunomia. tive sorte. detectei-a ainda cedo e o tratamento foi, apesar de tudo, relativamente fácil. durante três dias penei com dores horríveis no peito, tive sérias dificuldades a respirar e a falar e não me conseguia mexer sem que as lágrimas corressem cara abaixo. agora estou bem, embora tenha de ter cuidado e esteja ainda sob vigilância médica. mas esta experiência teve um efeito extraordinariamente positivo: fez-me repensar uma série de coisas e reorganizar prioridades. não fumo há seis dias e pretendo continuar sem fumar. decidi que este ano o vou dedicar a mim, ao meu bem estar e à minha saúde. e que vou deixar de dar importância às coisas e às pessoas que realmente não a têm. não vou gastar nem mais um momento da minha vida com coisas inúteis ou gente imbecil.

6.1.14

ora bem, depois de quatro dias de férias e uma reunião matinal que durou cerca de uma hora, 2014 começou hoje. mas antes do arranque a sério, tenho de ouvir isto. é uma espécie de preparação para a loucura que se anuncia.
 

e chegamos a 2014. passaram-se sete anos desde o momento em que tudo na vida de x mudou. há sete anos, por esta altura, x estava prestes a rumar a moçambique. x não sabia ao que ia, mas sabia que tinha de ir. há sete anos nasceu este blog que acabou por ser o testemunho de uma travessia difícil. há sete anos x começou a traçar um caminho sem o saber. desde então, não recuperou quase nada do que perdeu. mas descobriu parte do seu lugar no mundo. agora x quer o resto. como x disse muitas vezes a alguém há sete anos atrás: "x quer tudo!". e chegou o momento de abraçar o que falta. x tem falta de escrever. mas precisa das palavras a crescer por dentro. enroladas em emoções que asfixiam. que nos revolvem as vísceras e a alma. que nos tiram o ser. que nos afogam de sentir. sete anos! ufa! a viagem foi cansativa. mas valeu a pena. sim, valeu muito a pena. talvez esteja na hora de este blog se calar. ou então talvez esteja na hora de x escrever a sério. a ver.

2.1.14



"x, onde raio estavas com a cabeça?".

1.1.14

o ano começou da forma mais esquizofrénica possível. depois de uma noite de riso e outras coisas mais ou menos alucinadas, o testemunho de uma agressão de um taxista a uma cliente, uma discussão com a psp, o puxar dos galões, um tratamento diferenciado imediato e, logo de seguida, a vontade enorme de dar uma cabeçada a um polícia no meio de outros três. 2014 promete.