11.8.11

tem-me dado para pensar acerca do papel das pessoas que vão cruzando connosco. tem-me dado para pensar na forma como as vidas se fazem em teias. também me tem dado para pensar nos maus resultados que às vezes isso dá. mas, ainda assim, o que realmente me tem incomodado nesta questão é perceber que, no limite, temos sempre como mais importante o efeito das coisas em nós do que nos outros. e isso é profundamente egoísta. por outro lado, somos quase sempre tão previsíveis. até na inconstância. e, quando tudo nos parece tão incrivelmente novo, o resto, amiúde, passa a ter menor significado. e isso é também bastante estúpido. é que, às vezes, as coisas explodem. e quando há explosões, há quase sempre danos colaterais. ou seja, a vida é uma espécie de equação, e os desvios de cálculo - ainda que mais ou menos voluntários - levam-nos a enveredar por caminhos - às vezes, até profundamente errados - que, no lado mau da hipótese, terão influência decisiva em resultados alheios. e, às vezes, isso parece ser de importância menor. e é exactamente aqui que não consigo decidir se isso é bom ou não. é que, quando alguém diz eureka, outro alguém fica profundamente ferido. mas isso, quase sempre, é problema do outro alguém. e é este pormenor que é uma grande filha da putisse. pecado esse de que eu, apesar de tudo, também não estou isenta.

2 comentários:

Vegan Wolf disse...

a mim dá-me mais para pensar que pontos em comum tenho com as pessoas com que me relaciono.

e sim, a sorte de uns há de ser sempre o azar de outros, caso contrário, até a utópica anarquia do Kropotkin seria possível e o mundo seria "perfeito".

(acordei a pensar que nos dias de hoje ninguém sabe o que é a anarquia e limitam-se a associa-la ao caos que vêem pela televisão)

x disse...

a ignorância é o maior perigo da humanidade.