11.12.12

já aqui disse várias vezes que não faço planos. na verdade, nem sei fazer planos. tenho assim umas ideias abstractas que ao longo do tempo, e sem que pense muito no assunto, se vão materializando. não faço grandes esforços para concretizar nada. sempre que sinto que me estou a esforçar em demasia parece-me que estou a empurrar o destino ou a forçar algo que não é suposto. a modos que lanço assim umas ideias no ar e deixo a vida tratar do resto. no entanto, quando páro para pensar ou medir o meu percurso, tenho sempre a sensação que estou a cumprir um trajecto já definido há muito. raramente me desvio do essencial. tenho sempre a sensação que sigo em frente e às cegas. mas tudo acontece sem que me aperceba com propriedade dos avanços. ou sequer os meça. e isto é curioso pois concedo que quem não me conhece há de pensar que planifico a minha vida com régua e esquadro. não é de todo verdade. e isto tudo para dizer que me sinto no fim de um ciclo. e que sinto que algo de muito extraordinário vem por ai.

1 comentário:

João L. disse...

Filosofia a 50 cêntimos/Kg (bem regateada fica por 30):

São as bifurcações, X.

Na Física, a evolução dos sistemas caóticos nas bifurcações é muito sensível às condições iniciais.
Suspeito que connosco também é assim. A escolha numa bifurcação é muito sensível aos nossos valores, memória, paixões (…) ainda que de um modo que pode parecer não consciente. Mas nós estamos lá, na escolha. E o percurso que parece dever-se ou ter sido motivado apenas pelo acaso tem a nossa impressão digital. E, assim, ao olhar-se para trás, distinguindo-se o percurso, surge a dúvida: mas eu planeie isto?

PS. Pronto, fica por vinte cêntimos :)

João L.