14.5.15

um dia destes, alguém dizia a x "não deixes as palavras fugirem para longe dessas mãos". x parou por momentos e, com este pequeno clic, apercebeu-se que a sua cabeça começou a perder-se naquele espaço de ninguém que x tão bem conhece. a vontade de escrever voltou, portanto. a vontade, ou a necessidade. x sabe-as bem. e sabe sobretudo que qualquer uma delas a leva para um sítio perigoso. um sítio onde x se perde em deambulações entre a lucidez e o sonho. um sítio onde a matéria se diluí em palavras. palavras que brotam de todos os poros. os dedos ficam cansados. mas a mente, essa, fica ensandecida com o movimento frenético de frases que se constroem por sua própria vontade. escrever, é como arrancar as tripas a frio. 

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