30.7.15

e ao fim de mais ou menos suas semanas, x tem uma lista de assuntos em mãos gigante.

27.7.15

aqui, os dias de x começam cedo. x acorda às 7h. às 8h está a caminho do escritório, onde chega por volta das 8.15h. depois pega numa caneca gigante de café. pega em várias durante o dia. entre reuniões e organização dos trabalhos em curso, as horas passam. os assuntos são vários. e x ainda não os domina suficientemente para se sentir confortável com os mesmos. por isso, x tem de concentrar-se mais do que os restantes. x almoça por volta da 13h. ou 14h. x almoça no escritório, porque, para já, ainda não tem como se deslocar à hora de almoço. x está à espera que se resolvam burocracias em lisboa para poder conduzir cá, no sítio onde está. depois, x continua a trabalhar. até às 18h. ou 19h. x não pode sair mais tarde do que isso. caso contrário perde a boleia com o motorista da empresa. depois, chega a casa. faz qualquer coisa para jantar. come. e fica sozinha o resto da noite. quase sempre. por aqui, os dias são assim, trabalho e solidão. quase sempre. x está assim, em modo autómato. mas, na verdade, a vida de x tem sido muito assim. em modo autómato.

26.7.15



longe de tudo, restamo-nos nós. e o silêncio que nos ocupa os dias leva-nos a sítios nem sempre bonitos. ocorre-me que serei sempre assim, uma espécie de jangada à deriva.

25.7.15

e ao fim da primeira semana a sério o que x tem a dizer é isto:

- o trabalho faz-se;
- a equipa conquista-se;
- ver as coisas por dentro desmistifica-as;
- vai ser menos difícil do que x esperava;
- vai ser mais aborrecido do que quem está de fora imagina;
- vai ficar extraordinariamente bem no curriculo mas, comparando com o tipo de trabalho que x faz em lisboa, x fica com a impressão que tudo isto é um bocadinho bluff;
- só saindo do que conhecemos percebemos o quão bons realmente somos.

24.7.15

setecentos e qualquer coisa euros. é quanto a câmara municipal de braga me está a cobrar para licenciar a ligação ao saneamento. se foram lá ver a obra durante cinco minutos foi muito. e é isto.
o mundo que x conheceu nos últimos oito e qualquer coisa anos, morreu hoje. é estranho ver as coisas ruir à distância. amanhã, renasceremos. queira o destino que maiores, mais fortes, mais tudo. mas o mundo que x conheceu nos últimos oito e qualquer coisa anos, morreu hoje. e isso é, apesar de tudo, triste. 

20.7.15

coisas que x nunca esquece quando viaja:

- paracetamol em modo dafalgan.

coisas que x esquece frequentemente quando viaja:

- escova de dentes.
x esqueceu-se de meter o secador de cabelo na mala. x foi tentar comprar um. desistiu. o mais barato custava 125€.
#dia1 - correu muito bem!
- oh x, agora tens de perder os 5 ou 6 quilos que ganhaste por causa dos nervos!

19.7.15

e x foi jantar com uns amigos. e vestiu umas calças skinny azuis claras e uma blusa de seda branca e um blazer azul escuro, calçou as sandálias de salto e pegou na sua mala nova. ao sair de casa olhou-se no reflexo da porta do prédio e teve um ataque de riso. há dois dias x estava em lisboa a beber café numa esplanada qualquer de chinelas, cabelo desgrenhado e ramelas nos olhos. hoje x está algures em áfrica com um ar hiper urban chic. x é assim, meio imprevisível e algo contra-corrente.
e x foi aos saldos. as lojas do costume só tinham lixo. e lixo sem ser a preço de saldos. e x ficou chateada. e depois x decidiu oferecer a si mesma uma mala da furla e uma blusa e um vestido adolfo dominguez. porque x merece caraças! 
e x disse "até já" ao escritório de lisboa. e depois recebeu mensagens de todos os membros da administração a desejar sorte e a agradecer o facto de x ter aceite esta missão que lhe foi proposta. x sabe que tem os olhos postos em si. e isto é um pouco assustador. mas x está calma. estranhamente calma.
e pronto. x chegou ao destino. curiosamente, está extraordinariamente tranquila. e leve. que comece a  festa, então.

9.7.15



então levanta-te x. e parabéns. 

8.7.15

enquanto pensa o que vestir, x realiza que tem roupa distribuída por dois continentes e três cidades diferentes. a vida de x é assim, fragmentada. 
é um misto de sentimentos estranhos. entre o ir e o ficar andamos muito tempo em lado nenhum. x anda algo perdida nestes dilemas. e nesse processo, tudo com o que se cruza parece querer dizer-lhe algo. ontem a meio de uma porcaria qualquer que dava na televisão, uma personagem diz algo como "sítios onde não queremos ir mas onde temos de estar, coisas que não queremos saber mas que temos de aprender, pessoas sem as quais não conseguimos viver mas que temos de deixar...". é mais ou menos isto.

5.7.15



"ajusto-me a mim, não ao mundo"

anais nin
não consigo escrever. só escrevo quando estou a rebentar de emoções. e agora estou vazia. é só espaço oco por dentro. o nada. o absoluto nada. nem bom, nem mau.
- oh x, perdes o tempo com a cabeça nas nuvens e esqueces-te que a vida acontece cá em baixo. 

4.7.15



e línguas de fogo queimaram-me a pele.