nos últimos dias, x tem acordado com um fantasma em cima da cabeça. 
x já não lhe vê a cara, nem as formas. 
mas reconhece em tudo a sua presença. 
e, sobretudo, conhece muito bem o espaço oco e escuro que se gera entre o conforto de estar perante um semelhante e a asfixia que esse semelhante lhe causa. 
sim, x tem acordado com um fantasma em cima da cabeça.
e o asco e, sobretudo, o ódio que atravessa o tempo, são os mesmos de ontem.
x teme que o amanhã não seja diferente. 
porque há almas que se recusam a fazer tréguas. 
como se o conflito permanente fosse a sua razão de ser. e, sobretudo, de estar. 
porque a derradeira paz dá medo. 
e porque, se calhar, até as almas são covardes.
 
1 comentário:
acho que à medida que vivemos vamos colecionando fantasmas...
não há volta a dar... coabita-se.
Enviar um comentário