a vida de x tem sempre uns laivos de disparate. de nonsense. de imprevisto. e de impulso, mas agora o universo está a ser particularmente impiedoso, imprudente, e desconcertante. e x confessa que nao sabe muito bem o que fazer com o reboliço que agora tem por dentro. nem sabe o que fazer com a memórias que insistem em voltar so porque sabem que o seu lugar está a ser ocupado por coisas novas. o que x sabe é que o amanha é uma página em branco.
rasguei-te a pele com os dentes, mordi-te coração e cuspi-o, limpei a boca e segui.
31.12.23
x nao sabe como sera o ano que esta a chegar. mas sabe que há decisões que tem de ser tomadas. e palavras que tem de ser ditas. e passos que tem de ser dados. x sabe que chegou a hora. e x sabe também que tem medo. um medo novo. mas que resulta de coisas que não são de hoje. um medo alicerçado na memória do corpo estilhaçado em mil pedaços.
15.12.23
4.12.23
31.10.23
19.10.23
19 de outubro. x não fuma desde o dia 28 de agosto. 52 dias, portanto. x não sabe se deixou de fumar para sempre. mas estes 52 dias foram cheios de surpresas. de absoluta calma. e de completo abandono de hábitos e padrões de pensamento antes rotineiros.
x não fuma há 52 dias. e agora que parece que o não fumar se cristalizou, x tem sentido vontade de deixar outros hábitos e mais algumas coisas dispersas que x ainda tem na vida. de mudar tudo o que resta.
na verdade, x não sabe bem se é vontade de mudança que sente. ou se a mudança já a aconteceu e x só agora está a cair em si.
12.10.23
4.7.23
29.6.23
Sigur Rós - Andrá
x foi. x veio. x ainda não acordou. e depois aparece-lhe isto à frente. que explica bastante bem porque é que x fez não sei quantos mil quilómetros para ver algo que muitos poderão considerar fútil. x foi. e teve um momento que não vai esquecer. nunca. e depois aparece-lhe isto à frente. que diz quase tudo o que x sente quando mergulha neste som. x sabia que não estava sozinha nesse sentir. mas agora há mais quem explique como estes sons nos transformam por dentro. e por fora.
21.6.23
Sigur Rós Orchestral Tour @ Odeon of Herodes Atticus
porque a vida é bonita. e mágica. embora muitas vezes pareça ser só uma merda.
porque é tempo de festejar o fim. ou o início.
x vai voltar. algures perto da fonte de quase todos os males, com memórias cravadas em pedras mais ou menos gastas. centro da Europa, há demasiadas luas.
x vai dizer adeus, e libertar coisas que teimaram tolher-lhe o ser durante vidas.
chegou a hora.
see you in Athens!
12.6.23
10.6.23
9.5.23
x, hoje, disse “não”. foi um “não” que já se anunciava há muito, e com o qual x andou a fazer as pazes mais de um ano. x disse “não”, e deixou quatro pessoas hirtas sem saber bem o que lhe responder. x disse “não” para não dizer “foda-se”. isto deve querer dizer que x já é crescida. x saiu da sala da mesma forma que entrou, de cabeça erguida e absolutamente convencida da sua razão. e deixou para trás quatro pessoas hirtas a fazer contas à vida e certamente a pensar na palavra que x substituiu com um simples “não”.
5.5.23
25.4.23
10.4.23
apareceu assim, sem contar, em modo de resposta às ânsias de x por algo que a tirasse do chão. e x teve um daqueles momentos de impulso que já há muito não tinha. e, num sopro, o sangue começou a correr mais vivo nas veias. algures em junho, x vai ser mais feliz do que o costume. até lá vai acabar de recuperar as asas que ficaram cansadas pelo caminho.
10.3.23
28.2.23
x sabe que está num momento particular, em que x irradia uma espécie de luz. e x sabe também que essa luz se expande e chega a sítios meio improváveis. mas o que x não sabia é que alguém que há muito fez parte da sua vida diária, mas com quem nunca teve especial intimidade, hoje havia de contactar x para dizer algo como “estou num momento difícil, tenho de mudar de vida, e a primeira coisa que me lembrei foi pegar num caderno que me ofereceste há muito, para apontar o meu novo destino. porque tu x, és uma fonte de inspiração.” x ficou ali uns segundos pasmada, e depois pensou “não é nada que não estivesses à espera x, prepara-te para o resto que mais virá por ai.”