13.9.11

desde há alguns anos que X tem um ritual que cumpre religiosamente todos os dias - acorda, levanta-se, ainda com os olhos meio fechados liga o mac, vai às páginas do Expresso, TSF, Público e agora também "i". (ao Sol recusa-se pois X abomina alcoviteiras.) X não gosta particularmente de nenhum jornal português (com excepção do Económico), mas vai acompanhando - ainda que grande parte das vezes não passe do primeiro parágrafo. mas não gosta, sobretudo, de quase nenhum dos fazedores de opinião da praça quase todos comprometidos com coisas miudinhas. por isso vai também espreitar, pelo menos, o Economist, a Al Jazeera e a Foreign Policy. quase sempre depois de ler os títulos fica meio arreliada, vai direitinha tomar uma enorme chávena de café e fuma o primeiro cigarro do dia. normalmente está bem disposta. X está quase sempre bem disposta pela manhã. apesar de tudo. mas normalmente pensa, também, "foda-se que o mundo qualquer dia rebenta de vez". foi exactamente isto que aconteceu hoje. e imediatamente a seguir X pensou que se o Prozac fosse substituído por Helena Blavatsky talvez o mundo tivesse uma solução mais rápida. vá, os mais corajosos podiam aventurar-se no Rudolf Steiner. ou, quem não tiver paciência para o senhor, pelo menos podia deter-se no Krishnamurti que algures disse mais ou menos isto: "podemos ir muito longe se começarmos perto. (...) temos de começar pelo que é real, pelo que está a acontecer agora, e o agora é sem tempo." e quem não tiver paciência para nenhum dos três podia apenas plantar flores, ou observar pássaros, ou olhar nos olhos de com quem se cruza na rua. e sorrir. sobretudo para os desconhecidos.


o mundo não vai acabar. mas o calendário Maia acaba mesmo em 2012. e bem do alto da minha profunda impaciência eu digo "foda-se, já é tempo de abrir os olhos".

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