24.3.14

foi o meu segundo ou terceiro amor de adolescente tinha eu uns 13 ou 14 anos. foi com ele que dei os primeiros beijos na boca. coisa estranha essa na altura. aquilo nunca deu em nada, como quase nenhuns amores de adolescente dão em nada. passados muitos anos reencontrei-o. e na altura ia dando coisa, mas não deu. e se tivesse dado, seria asneira, por sinal. depois perdi-lhe o rasto de novo. há uns anos voltei a encontra-lo. lembro-me que conversamos imenso, embora nada tivessemos em comum já. na verdade, em comum nunca tivemos nada, mas os amores de adolescente são assim mesmo: só hormonas e contos de fadas. mas nesse último reencontro olhou-me de forma diferente, como quem diz: podia ter-te tido e não tive. ora pois não teve, que os amores de adolescente, em regra, desaparecem assim: puff! e se não desaparecesse por si só, desapareceria pelas diferenças abissais entre as nossas vidas, os nossos quereres, as nossas ambições, os nossos gostos, nós, portanto. nós, que nada temos em comum para além de uns beijos na boca semi-inocentes dados às escondidas lá pela escola. hoje descobri que casou com a irmã de uma colega dos tempos da residência universitária que eu jamais  imaginaria que se pudesse vir a cruzar com algum dos meus amores de adolescente. ri tanto!

2 comentários:

Anónimo disse...

Nada têm em comum, mas continuas a seguir-lhe o rasto...

x disse...

não continuo, nunca o fiz, nem sequer tenho qualquer interesse em fazê-lo... foi um acaso cruzar-me com o rapaz. ou melhor, um acaso não porque temos conhecidos em comum. mas sim, achei uma enorme graça à ironia da vida. :D